Um novo olhar sobre a Fisioterapia
A princípio, toda intervenção fisioterapêutica deveria ter a natureza “clínica”.
Esta filosofia de gerir a assistência fisioterapêutica, todavia, distancia-se de práticas massificadas predominantes decorrentes da oferta de serviços para operadoras de saúde e se caracteriza por abordagens mais resolutivas e personalíssimas, em que cada caso tem suas particularidades observadas e consideradas para a administração de projetos de intervenção mais resolutivos.
O enfoque de Fisioterapia Clínica visa desenvolver/administrar os conhecimentos diagnósticos, propedêuticos e terapêuticos de forma articulada, favorecendo o estabelecimento de uma prática profissional autônoma, com alta resolutividade, propiciando o melhor resultado no menor prazo possível, na atenção ao paciente/cliente.
Considerando o respeito merecido por cada paciente/cliente e que cada indivíduo apresenta peculiaridades e uma apresentação única de suas disfunções cinesiológicas funcionais, tal abordagem tipifica a apresentação da assistência fisioterapêutica à sociedade de forma mais refinada, utilizando recursos estado-de-arte. Os atendimentos são realizados individualmente.
Neste approach, o fisioterapeuta atua como profissional de primeiro contato. Recebe o pacientes na consulta. Tal nomenclatura é mais apropriada e representa o momento de início do processo de avaliação clínica-funcional, com o devido exame clínico, solicitação e interpretação do conjunto de exames hematológicos, de imagem ou funcionais que esclareçam e destaquem a disfunção cinesiológica-funcional apresentada pelo paciente/cliente. A partir desta análise clínica e dos exames, o fisioterapeuta formula um diagnóstico, assim como um projeto de intervenção, discutindo os caminhos terapêuticos com o paciente/cliente. Neste ato, privilegia-se a bagagem de conhecimentos técnico-científicos do fisioterapeuta e ele então toma a melhor decisão, mais segura e mais resoluta para o paciente.
O tratamento passa a ser administrado pelo fisioterapeuta, que também controla, adapta e readapta as ações terapêuticas em função da necessidade assistencial. Como o processo de avaliação se estende ao longo de toda a assistência, o fisioterapeuta, ao observar e constatar que o paciente tenha atingido seu máximo potencial de recuperação ou quando forem atingidos os objetivos terapêuticos, o profissional deverá dar alta ao seu paciente/cliente.
É importante que os planos de saúde passem a acatar as consultas, solicitações de exames e indicações terapêuticas de fisioterapeutas. Isto ocorre ao arrepio dos interesses sociais, aliado à política remueratória defasada, dificulta a população de receber uma atenção mais resolutiva. Tal prática obriga um grande numero de profissionais a administrar uma multiplicidade de pacientes em atendimentos simultâneos, o que leva à desassistência e ao descrédito. Some-se ainda ao desrespeito das operadoras ao acatamento das prescrições fisioterapêuticas, prestação e remuneração de de consultas e solicitação de exames complementares necessários à elaboração do diagnóstico cinesiológico funcional de cada paciente/cliente.
A prática profissional nos moldes da Fisioterapia Clínica é praticada hoje por uma elite de profissionais fisioterapeutas no Brasil, que fugiram do lugar comum e especializaram-se e adquiriram competências clínicas assistenciais mais complexas e avançadas, sobretudo em outros países. Destacamos a necessidade de implantar-se os avanços tecnológicos, desenvolver procedimentos de emergência e reanimação em UTIs, serviços de emergência, clínicas e consultórios, realização de exames complementares, tais como baropodometria, ultra-sonografia cinesiológica e outros.
Esta entidade fomenta tal visão assistencial desde o seu primeiro congresso e se traduz ao longo da programação científica de cada congresso que promove e de iniciativas que apóia.
Trata-se pois do exercício profissional em bases de plena autonomia, com a obtenção de resultados assistenciais expressivos dentro da ética e dos princíos das boas práticas profissionais.